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O elo perdido entre ambição e resultado

Atualizado: 15 de ago.

Inovar deixou de ser uma opção. Em mercados acelerados, com consumidores cada vez mais exigentes e mudanças tecnológicas constantes, inovar se tornou uma questão de sobrevivência. No entanto, mesmo diante dessa consciência generalizada, os resultados concretos continuam tímidos. O paradoxo é claro: sabemos que inovar é vital, mas seguimos sem alcançar os impactos esperados.


Por que isso acontece?


A falha não está nas ideias. Está na falta de governança.


O erro mais comum é tratar a inovação como uma sequência de iniciativas isoladas: hackathons, laboratórios, programas de aceleração, encontros com startups. Essas ações, embora relevantes, não sustentam uma transformação real se não estiverem integradas a um sistema de governança da inovação.


Inovar exige método. Exige clareza sobre onde se quer chegar, quais recursos estão disponíveis, quem é responsável por cada etapa e como os resultados serão acompanhados. Sem isso, a inovação vira apenas mais uma palavra bonita em apresentações corporativas.


O que é governança da inovação?


É o conjunto de estruturas, processos, papéis e indicadores que dão sustentação à estratégia de inovação de uma organização. É o que transforma a ambição em ação e a ação em resultado.


Na prática, significa:


  1. Traduzir a ambição estratégica em escopos claros de inovação, distribuídos entre:

    • Melhorias incrementais no core do negócio;

    • Expansão para novos mercados ou tecnologias;

    • Modelos de negócio completamente novos.


  2. Designar equipes com papéis e autonomia compatíveis com cada escopo


  3. Criar processos de validação iterativa, nos quais cada nova etapa aumenta a confiança antes de se investir mais


  4. Ter um portfólio de inovação transparente, com metas claras, indicadores de progresso e cadência de revisão


  5. Garantir ambidestria organizacional, equilibrando o foco na eficiência do presente com a exploração do futuro


Todo processo inovador envolve risco. A governança não elimina o risco, mas ela organiza o caminho para que ele seja gerido com inteligência.


Governança, portanto, não é sobre burocracia. É sobre ganhar confiança com método e alinhar todos os envolvidos na mesma direção.


O que isso muda na prática?


Organizações que estruturam sua governança de inovação:


  • Sabem quanto precisam crescer e quanto desse crescimento virá da inovação

  • Conseguem alocar recursos de forma mais inteligente

  • Reduzem o número de projetos zumbis

  • Aumentam a velocidade de execução sem abrir mão da qualidade

  • Tornam a inovação parte do dia a dia da organização e não apenas um departamento ou um evento anual


Conclusão


A inovação só entrega resultado quando deixa de ser um esforço fragmentado e passa a operar como um sistema bem desenhado. Esse sistema é a governança. É ela que conecta a ambição à realidade, organiza os fluxos, dá clareza às equipes e sustenta a transformação ao longo do tempo. Como toda estrutura de governança, ela não se constrói da noite para o dia. Mas, sem ela, nenhuma organização conseguirá inovar de forma consistente e competitiva.


Inovar não é mais só sobre ter boas ideias. É sobre estruturar boas decisões. E isso começa com governança.


Eye-level view of a team collaborating on innovation strategies


 
 
 

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