O elo perdido entre ambição e resultado
- Isadora Piazza
- 12 de ago.
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de ago.
Inovar deixou de ser uma opção. Em mercados acelerados, com consumidores cada vez mais exigentes e mudanças tecnológicas constantes, inovar se tornou uma questão de sobrevivência. No entanto, mesmo diante dessa consciência generalizada, os resultados concretos continuam tímidos. O paradoxo é claro: sabemos que inovar é vital, mas seguimos sem alcançar os impactos esperados.
Por que isso acontece?
A falha não está nas ideias. Está na falta de governança.
O erro mais comum é tratar a inovação como uma sequência de iniciativas isoladas: hackathons, laboratórios, programas de aceleração, encontros com startups. Essas ações, embora relevantes, não sustentam uma transformação real se não estiverem integradas a um sistema de governança da inovação.
Inovar exige método. Exige clareza sobre onde se quer chegar, quais recursos estão disponíveis, quem é responsável por cada etapa e como os resultados serão acompanhados. Sem isso, a inovação vira apenas mais uma palavra bonita em apresentações corporativas.
O que é governança da inovação?
É o conjunto de estruturas, processos, papéis e indicadores que dão sustentação à estratégia de inovação de uma organização. É o que transforma a ambição em ação e a ação em resultado.
Na prática, significa:
Traduzir a ambição estratégica em escopos claros de inovação, distribuídos entre:
Melhorias incrementais no core do negócio;
Expansão para novos mercados ou tecnologias;
Modelos de negócio completamente novos.
Designar equipes com papéis e autonomia compatíveis com cada escopo
Criar processos de validação iterativa, nos quais cada nova etapa aumenta a confiança antes de se investir mais
Ter um portfólio de inovação transparente, com metas claras, indicadores de progresso e cadência de revisão
Garantir ambidestria organizacional, equilibrando o foco na eficiência do presente com a exploração do futuro
Todo processo inovador envolve risco. A governança não elimina o risco, mas ela organiza o caminho para que ele seja gerido com inteligência.
Governança, portanto, não é sobre burocracia. É sobre ganhar confiança com método e alinhar todos os envolvidos na mesma direção.
O que isso muda na prática?
Organizações que estruturam sua governança de inovação:
Sabem quanto precisam crescer e quanto desse crescimento virá da inovação
Conseguem alocar recursos de forma mais inteligente
Reduzem o número de projetos zumbis
Aumentam a velocidade de execução sem abrir mão da qualidade
Tornam a inovação parte do dia a dia da organização e não apenas um departamento ou um evento anual
Conclusão
A inovação só entrega resultado quando deixa de ser um esforço fragmentado e passa a operar como um sistema bem desenhado. Esse sistema é a governança. É ela que conecta a ambição à realidade, organiza os fluxos, dá clareza às equipes e sustenta a transformação ao longo do tempo. Como toda estrutura de governança, ela não se constrói da noite para o dia. Mas, sem ela, nenhuma organização conseguirá inovar de forma consistente e competitiva.
Inovar não é mais só sobre ter boas ideias. É sobre estruturar boas decisões. E isso começa com governança.





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